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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

CPF sujo e os bodes do Governador




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Eu gosto de observar construções quando estou viajando, principalmente quando se trata de obras públicas, voltadas ao bem estar da população. Nestas ocasiões, ao ver ginásios, estradas, praças e outras edificações, não deixo de sentir inveja, pois raramente tais benefícios chegam à minha cidade. Em algumas conversas, já me perguntaram o motivo de São José do Jacuípe não receber obras e a resposta que dou é a mesma que a prefeita já havia dado em praça pública: “o municípo está com o CPF sujo”.
Para quem não entendeu a metáfora usada pela gestora, traduzi-la-ei (com verborragia e tudo): o município está inadimplente. Trocando em miúdos: não está pagando as contas que tem. Por isso a descabida colocação, mas o quadro é justamente esse, se a cidade fosse uma pessoa física, estaria com o nome no SCPC, no SERASA, na lista de velhacos da cantina, etc. Seria cômico se não fosse gravemente trágico.

Resultado de imagem para bodeGrande parte dessa situação se deve à falta de pagamento do parcelamento dos rombos da Caixa de Previdência, órgão espoliado por diversas gestões, cujos débitos foram negociados e empurrados com a barriga por quase todos, inclusive pela gestão atual que mesmo diante do projeto de parcelamento apresentado pela atual diretora do setor, não honrou o compromisso aprovado pela câmara. Daí não tem CPF que fique limpo e os convênios param de vir, as verbas param de chegar e o "municípo" permanece no marasmo de sempre. Alguns inocentes úteis já andaram dizendo que o importante é  que se faz com recursos próprios e não por meio de convênios. "Que burros, dá zero pra eles". Manter um alinhamento com as esferas estaduais e federais para receber benefícios para o município é algo de extrema importância, pois poucas são as cidades com arrecadação suficiente para se manter e realizar obras.

Mas e as obras feitas? Ginásio do colégio, calçamentos, populares, farmácia popular, etc? Todas foram heranças da gestão anterior, conseguidas mediante projetos e convênios. De iniciativa própria da gestão atual (que felizmente se finda em poucos dias), temos o muro do cemitério, feito na marra e as duas praças em Itatiaia (muito bonitas e bem feitas, por sinal, parabéns), mas se há algo mais, me perdoem, pois desconheço e dispenso os desabafos críticos de qualquer que seja o assecla da turma o compromisso.
O que incomoda em toda essa situação, além da inadimplência que trava o desenvolvimento do município, é o comodismo com a situação. Não adianta de nada falar na frente do governador a respeito da situação fiscal em que se encontra a cidade e não dar um prego numa barra de sabão para resolver. Seria natural tentar a limpar o "CPF sujo" para mostrar o mínimo de compromisso com o povo. Triste. O novo gestor não herdará obra nenhuma e nem convênio dessa gestão pífia, que já passou da hora de acabar. Mas para a turma do compromisso está tudo bem, mesmo quando o barco siga afundando, pois o importante é que o governador tenha recebido os bodes.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Dedurismo e mimimi




Ao tomar posse no dia 02 de janeiro de 2013, o Governo Cidade Unida é Cidade Feliz trouxe uma proposta de campanha que dizia “Compromisso com o Povo”. Sendo uma estreante em cargos públicos, a prefeita representava para seus eleitores uma nova forma de administração, não fosse seu padrinho político, o popular Tino, que a pinçou do anonimato para a vida pública e que no fim das contas fez do governo Verinha um verdadeiro “museu de grandes novidades”.
Não é necessário explicitar aqui a falta de capacidade da mesma e de muitos de sua equipe de governo, pois logo nos primeiros meses o lema de campanha foi trocado pelo seu antônimo e essa falta de compromisso se seguiu nos anos posteriores e tudo isso pôde ser observado a olho nu. A marca registrada dessa gestão desastrosa, porém, não foram as perseguições e o recorde de ações judiciais e nem também a folha de pagamento mal assombrada, mas o dedurismo cheio de MIMIMI. A falta de compromisso estendeu-se a muitos membros do alto, médio, baixo e até de nenhum escalão desse governo. Sempre que cobrados por alguma irregularidade ou sendo vítimas de algum protesto, não se dignavam nem em dar uma desculpa, desculpar-se nem pensar, mas desde o gabinete aos puxa-sacos de passeio usavam do subterfúgio de apontar os erros da gestão anterior.
Não trata-se de uma defesa ao governo 2009-2012, que teve sua cota de erros sim, mas sejamos adultos e sensatos: “quem fez seus angus que coma”. Se errou, faça o favor de ao menos inventar uma desculpa e não simplesmente berrar em Caps Lock nas redes sociais que “a gestão passada fez isso, isso e isso”, “reclame da gestão passada que fez assim e assado”. Vida pública é um constante engolir de sapos e quem tem medo de dar a cara a tapa, que use máscara ou não saia de casa. O vereador Joaquim Vilaronga Rios sabiamente disse que “este governo não serve nem para se defender” e isso é o mais puro reflexo da verdade. Sem pedidos de desculpa e nem justificativas até para os escândalos de corrupção denunciados na Câmara de Vereadores e Policia Federal, a turma do compromisso se limita a apontar os erros do antigo gestor. No entanto, essa atitude imatura, para não chamar de infantil não foi capaz de escamotear suas tantas falhas ao passar quatro anos apontando os erros alheios.

Com poucas engrenagens girando adequadamente, das quais merece destaque a Secretaria de Assistência Social, que trabalhou muito bem, a máquina do Governo Verinha se despede como entrou: soltando fumaça, fazendo barulho e funcionando errado. O governo fez o sucessor, do qual espera-se que troque peças e parafusos defeituosos e este com toda certeza, muito terá que culpar a atual gestão pela casa bagunçada que irá encontrar. Diga-se de passagem e para finalizar: o susto decerto será grande quando os novos ocupantes olharem debaixo dos tapetes.